O CRESCIMENTO CRISTÃO

O CRESCIMENTO CRISTÃO.


Texto Bíblico: Ef 4.11-16.

Introdução – O assunto que vamos abordar é de grande atualidade. Haja vista que o número crescente de pessoas que se agregam a uma igreja evangélica é impressionante.

Estamos vendo o crescimento de uma igreja ufanista, soberba, e triunfalista, que se encanta com seu próprio crescimento numérico ao mesmo tempo em que se apequena na vida espiritual. Uma igreja que explode numericamente, mas se atrofia espiritualmente. Observa-se nessas pessoas que elas não se desenvolvem, não crescem espiritualmente. O Novo Testamento ensina que o crente é uma nova criação em Cristo.

 

A vida cristã começa com um novo nascimento. Mas aquele que é nascido de Deus não pode permanecer como um bebezinho.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, advertiu-os de que continuavam como “criancinhas em Cristo” (1Co 3.1), porque havia na igreja certas manifestações de imaturidade espiritual. Concitou-os a que deixassem as “coisas de menino” (1Co 13.11). É de grande importância, pois o crescimento cristão, assunto que vamos refletir nas próximas linhas.

A glória da religião cristã consiste no poder de transformar pecadores em santos, herdeiros da glória de Deus, seres semelhantes a Cristo.

I. O CRESCIMENTO IDEAL DE UMA IGREJA – Ef 4.11-14.

O apóstolo Paulo procura mostrar no texto que estamos indicando, que a igreja deve ser preparada “para a obra do ministério”. Isto vale dizer que o ministério das igrejas não tem a exclusividade em servir. É privilégio que se sobreleva a tudo, tanto quanto as coisas celestiais estão acima das coisas terrenas.

1. Considerada a igreja como um corpo, todos os seus membros estão ligados à cabeça, de onde emanam as ordens de controle. Nesta figura, à cabeça da igreja é Cristo. Como partes desse corpo, se o funcionamento é normal, devemos obediência a Cristo. Ele quer que cada membro esteja perfeitamente ajustado para que o trabalho de todos os órgãos seja harmônico e satisfatório.

2. Uma das condições é que os crentes progridem nas experiências diárias da vida cristã, até alcançarem a maturidade. Enquanto suas reações revelarem infantilidades, falta da firmeza que se obtém pelas convicções doutrinárias, ainda são “meninos, inconstantes”. 3. O crescimento exige a participação do crente: “a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento... em amor” (v.16). Este é o aspecto individual dessa experiência. Deus fornece os meios, e o crente usa esses meios para o seu crescimento. Mas é uma experiência também coletiva, pois o objetivo é que “todos cheguemos... à medida da estatura da plenitude de Cristo” (v.13). Isto nos mostra o significado do crescimento cristão: conhecimento e apropriação das doutrinas cristãs: resistência às forças do erro e da maldade que imperam no mundo: capacidade para testemunhar, com amor, de suas convicções: reconhecimento e obediência à soberania de Cristo: trabalho na igreja em cooperação com os outros crentes. Agindo assim, crescemos espiritualmente e alcançamos a maturidade cristã.

II. UMA EXORTAÇÃO AO CRESCIMENTO – 2Pe 1.5-8.

A exortação do apóstolo Pedro é dirigida aos crentes; portanto, àqueles que já têm fé em Jesus Cristo. Sobre o fundamento da fé, eles devem reunir os elementos para compor o caráter cristão.

1. Virtude é determinação de fazer o que é justo aos olhos de Deus, a inabalável força da vontade que leva o crente a se decidir pelo que é certo.

2. Ciência é o discernimento espiritual, o conhecimento do verdadeiro valor das coisas, a sabedoria para escolher o melhor.

3. Domínio próprio é o autocontrole, o que indica que o cristão não tem apenas que distinguir entre o certo e o errado, mas escolher o certo e rejeitar o que tem consciência de que está errado.

4. Perseverança é a decisão firme de enfrentar, com paciência, as adversidades, quando elas surgirem.

5. Piedade é uma qualidade de caráter que resulta da comunhão com Deus e da devoção a Deus.

6. Fraternidade é o sentimento natural de quem considera como irmãos aqueles por quem Jesus também morreu e que o aceitaram como Salvador.

7. O amor é a síntese de todas essas graças que ornamentam a vida cristã. Sem ele, nenhuma delas existiria. Todas são diferentes manifestações de amor.

A ausência de qualquer dessas graças provoca uma deformação no caráter cristão.

O último apelo é para um crescimento continuo. Crescemos na graça de nosso Senhor Jesus Cristo quando relembramos que por ela fomos salvos. Pela sua graça, e não pelos nossos méritos, Jesus veio até nós para que pudéssemos ir ao Pai celestial.

Crescemos no conhecimento quando procuramos aprender os fatos e os ensinamentos dos Evangelhos, e quando vivemos em comunhão vital com o Senhor.

Conclusão. – Deus proporciona os meios, que nos ajudarão a crescer, mas é preciso que o crente se utilize deles. O crescimento espiritual só se processa com a nossa participação. Tem-se dito que, na experiência cristã, ninguém marca passo. Aceitando a afirmação como válida, vê-se que é grande perigo de não crescer.

Uma criança é alegria do lar. Se, porém, o tempo passa e a criança não se desenvolve, a alegria se transforma em preocupações. Crescer, cada dia, em todos os aspectos da vida espiritual, é realizar o que o apóstolo Paulo chamou de prosseguir “para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14).

Que este despretensioso assunto venha despertar ao dileto leitor, uma análise do seu crescimento pessoal o que ocorrendo você contribuirá para o crescimento da sua igreja. Este é o ideal de Deus para cada crente. É um incentivo para o crescimento constante. Cristo é o alvo na direção da qual marchamos enquanto peregrinamos neste mundo.

Pr. Adilson Faria Soares.